Correio Brasília

Editorial

17/12/2015 09:28

Judiciário, nosso único poder...?

O quinto poder.  Que ideia é esta, a de cognominar a imprensa de quinto ou de décimo poder? Para o bom senso, esta máxima é, e para mim, um grande equívoco - um absurdo. Todavia, é fato quase concreto, para jornalistas e veículos de comunicação extremamente presunçosos, sobretudo os atuais, que cobrem a política e o judiciário, com ênfase romanesca - estes que detém status de ministros deste imaginário poder.  São tolos, não estão a conduzir os rumos do Brasil, o país subsiste sem estes pseudo juízes do povo e da república.

Ninguém, pelo menos em seu estado normal de lucidez, duvidaria ou questionaria sobre a importância da imprensa no processo democrático de um país como o Brasil. A imprensa tem sim um grande papel, relevante socialmente e politicamente: o papel de informar, denunciar, mas nunca de julgar, condenar ou de absorver quem quer que seja. Não estamos mais sob o obscurantismo medieval, nem nas décadas ditatoriais de 60 e 70, quando imperava o revanchismo de um ou dois veículos de comunicação, que recebiam fundos e a pauta do dia, tudo o que os militares desejavam que fosse publicado.

Temos hoje no Brasil, instituições fortes, que não estão corrompidas de cima para baixo como estão os poderes executivo e legislativo. Felizmente ainda se mantêm probos alguns homens, que são guardiões da constituição. O STF, salvo uma ou duas exceções, entre os seus ministros, representa a sensatez pública e moral do Brasil.

Se não fossem estes senhores, juízes imparciais e comprometidos com a justiça e com a verdade, nós estaríamos vivendo uma desordem jurídica e social. Basta averiguar os últimos acontecimentos, toda arbitrariedade cometida pelo congresso, foi ou está sendo desfeita pelo judiciário. Por isso acredito que ainda é possível sonhar com um futuro mais promissor. Infelizmente não estamos avançando pelos pilares da democracia política, há sim um retrocesso perigoso. Contudo, ainda estamos a salvos, graças ao sumo poder da justiça democrática e imparcial. Que prevaleça o bom senso de poucos, para o benefício de uma nação.